Marcelo irá à Ucrânia entre terça e sexta


Não são divulgados pormenores por questões de segurança, mas o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já disse várias vezes que gostaria de ir à Ucrânia, e agora já há pedido de autorização. Marcelo deve ir á Ucrânia entre esta terça-feira, dia 22, e sexta, dia 25.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS

“Estando prevista a minha deslocação à Ucrânia entre os dias 22 e 25 de agosto, venho requerer o necessário assentimento da Assembleia da República”, escreve o Presidente no pedido divulgado no site do Parlamento. Pela Constituição, o chefe de Estado tem de pedir autorização ao Parlamento cada vez que se ausenta do território nacional, sob pena de perder o mandato.

Marcelo, que está de visita oficial à Polónia, seguirá depois para São Tomé e Principe, onde vai decorrer a cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. As autorizações para essas duas deslocações já tinham sido dadas, pelo que agora o Presidente pede apenas para ir da Polónia à Ucrânia.

A Guerra na Ucrânia tem sido, aliás, tema desta visita à Polónia, onde Marcelo esteve esta terça-feira com o seu homólogo polaco, a quem prometeu atenção e solidariedade quanto às preocupações da Polónia em relação às “movimentações que questionem as fronteiras leste da União Europeia e da NATO”.

Numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da República polaco, Andrzej Duda, no âmbito do último dia da visita oficial à Polónia, Marcelo Rebelo de Sousa deixou “uma palavra especial” àquele país “pelo papel que tem tido no quadro da situação vivida na Ucrânia”.

Estamos unidos e estamos solidários e sem hesitações e por isso eu tomei devida nota das preocupações polacas quanto àquilo que possa ser entendido como necessidade de estar atento a movimentações que questionem as fronteiras leste da União Europeia e da NATO. Estamos atentos, solidários e operacionais”, enfatizou. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o “desafio que se coloca neste conflito que não é um conflito meramente europeu, é um conflito global, é um desafio difícil, mas essencial”.

“Ignorá-lo ou não estar disponível para enfrentá-lo, na medida das capacidades de cada qual, seria um erro histórico e nenhum dos nossos dois povos, países, estados cometeu esse erro. Isso explica porque é que em Portugal há uma unidade praticamente total em torno desta questão”, defendeu.

Na análise do chefe do Estado, Portugal, seguido pela Polónia, “é onde a opinião pública é mais clara quanto à posição a adotar pelo Estado português quanto à situação ucraniana”, o que tem gerado “uma convergência nacional, sensível aos princípios que estão em causa”.

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que a “posição polaca em relação à invasão da Ucrânia pela Federação Russa” foi “sempre constante” quer do ponto de vista político, diplomático, militar, humanitário, financeiro.

“Como sabe a Ucrânia e sabem os nossos outros aliados, a posição portuguesa é exatamente idêntica. É e será porque não podemos admitir a violação de princípios fundamentais da comunidade internacional, do direito internacional, da carta das Nações Unidas e por isso o povo ucraniano tem direito a recuperar a sua integridade territorial, fundamental para o exercício da sua soberania, como Estado independente e de fazê-lo com a solidariedade de todos os que se reconhecem nesses princípios e não aceitam a violação continuada daquilo que são valores que devem unir a comunidade internacional”, referiu.

Segundo o Presidente da República, é preciso estar atento “às formas diretas e indiretas de fazer guerra”. “Faz-se guerra hoje de muitas formas. Nós conhecemos bem o que se passa noutros continentes. (…) Forças nacionais destacadas noutros continentes e sabemos como aí as intervenções destabilizadoras começaram por ser indiretas, passando depois a ser diretas”, disse.



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