Mais Habitação: veto de Marcelo não supreende promotores


Para os promotores imobiliários, o veto do Presidente da República ao programa Mais Habitação não surpreende o sector, pois apesar de ter vários aspetos positivos, acaba por “na sua maior parte criar menos habitação”.

“Este veto é a derradeira oportunidade para ter um Programa Mais Habitação que vá de encontro às necessidades dos portugueses”, diz ao Expresso Hugo Santos Ferreira. O presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) recorda, por exemplo, que além das perspetivas mais pessimistas dos empresários, nos primeiros três meses do ano o número de arrendamento diminuiu 10% e as rendas dos novos contratos subiram 20%.

Hugo Santos Ferreira salienta que são positivas as medidas do programa em matéria de cedência de terrenos públicos a privados e cooperativas em direito de superfície.

“Um programa de cedência que se vier a ser bem regulamentado e bem montado, e que permita parcerias entre o Estado e privados economicamente viáveis, ser extremamente positivo”, salienta. Isto, porque segundo o presidente da APPII, tudo o que não é programa do Mais Habitação, o Governo “castiga”.

“Só vamos conseguir baixar o preço da habitação com uma oferta massiva de mais casas. Não é só habitação acessível, mas sim promoção de habitação para todos os segmentos de mercado. Não é só programas públicos, é preciso também com privados, que é o que está acontecer em Madrid, onde os preços estão a suavizar”, explica.

Por outro lado, Hugo Santos Ferreira salienta a necessidade de restaurar a confiança no mercado de arrendamento, o que não se consegue com limites às rendas e tetos para os novos contratos.

“Os proprietários dos cerca de 350 mil imóveis devolutos com condições de habitabilidade preferem não os colocar no mercado por falta de confiança. Esta falta de confiança afeta também os investidores que querem apostar na construção para arrendamento, incluindo as rendas acessíveis”, conclui.



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