Arbitragem positiva em jogo com resultado incerto até ao final
Os árbitros têm que ser proativos e enérgicos. Cláudio Pereira pode melhorar em vários aspetos
Nota do árbitro: 6
Cláudio Pereira dirigiu o FC Porto-SC Farense disputado este domingo no estádio do Dragão.A comandar a equipa de vídeo arbitragem, na Cidade do Futebol (em Oeiras), esteve o internacional lisboeta Tiago Martins. Nestes tempos extremamente desafiantes, os árbitros têm que ser proativos, enérgicos e mostrarem-se vivos durante todo o jogo. Têm também que ser muito fortes fisicamente e estar perto dos lances, porque a exigência a esse nível é cada vez maior. Cláudio Pereira tem qualidade mas pode melhorar nesses e noutros aspetos.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes da partida:
7’ – Cabeceamento na queima de Fábio Cardoso foi na direção do peito/braço esquerdo de Rui Costa, que estava colado ao corpo e nada fez de irregular. Bem a equipa de arbitragem ao nada assinalar.
16’ – A bota de Rui Costa tocou na bola antes do contacto com o pé de João Mário, que disputou a jogada com ele. Boa avaliação na área algarvia, em lance difícil de analisar. Logo de seguida (mas já fora da área) Isidoro e Stephan Eustáquio prensaram a bola na dividida, sem que houvesse infração de parte a parte.
25’ – Galeno sofreu duas infrações consecutivas que podiam ter valido advertência para os adversários. Estando de posse de bola, optou por mantê-la e prosseguir a jogar, não caindo na tentação fácil de provocar sanções disciplinares para os opositores. Postura elogiável do jogador azul e branco.
27’ – Eustáquio ficou lesionado após ser atingido no pé esquerdo por Belloumi. O avançado argelino tocou primeiro na bola, sendo que o contacto posterior foi decorrente do esforço que fez nesse sentido. O contacto pode ter sido doloroso, mas não foi faltoso. Esteve bem o aveirense.
35’ – Rui Costa dividiu bola aérea com Zaidu, acabando por haver contacto “cabeça com cabeça”. Não houve infração, mas a lesão potencialmente perigosa do defesa azul e branco pressupunha interrupção imediata da partida.
41’ – Pepê teve razão quando “pediu” cartão para Cláudio Falcão, após o médio agarrá-lo apenas para impedir a sua progressão no terreno. A chamada “falta tática” foi evidente e devia ter valido advertência. A este propósito convém recordar que os jogadores que
sejam demasiado explícitos na forma como “pedem” cartões para os adversários, têm que ser advertidos. Não foi o caso.
43’ – Marcano desviou a bola com o peito (e não com o braço), em interceção efetuada na sua área. Bem o árbitro.
45’ – Análise errada de Cláudio Pereira, que validou como legal derrube negligente de Fábio Cardoso sobre Marco Matias. O central rasteirou o adversário de forma evidente. Devia ter sido advertido.
45+1’ – Golo legal do Farense, da autoria de Rui Costa. No início da jogada, Gonçalo Silva e Taremi disputaram o lance, sem infração de parte a parte.
45+4’ – Um apito da bancada confundiu alguns jogadores, o que levou o árbitro a interromper a partida e a recomeçá-la depois com lançamento de bola ao sola para um jogador que a detinha em último lugar, antes da paragem. Fez bem.
45+5’ – Marco Matias carregou lateralmente Pepê que, em desequilíbrio e por força desse contacto, acabou por atingir a perna do adversário ao cair. O árbitro aplicou a vantagem (?) e advertiu o jogador brasileiro, por entender que houve negligência nesse toque. Na nossa opinião, equivocou-se.
49’ – Galeno saltou à bola com Pastor, havendo contacto físico legal entre ambos. Esteve bem o árbitro ao avaliação o lance.
52’ – Pepê, já com cartão amarelo, tocou na ponta do pé de Marco Matias quando este passou a bola para um colega melhor posicionado. O árbitro aplicou bem a vantagem, com o lance a terminar com pontapé de baliza (erradamente, porque o último a tocar na bola foi Marcano). A infração do lateral foi apenas imprudente.
61’ – As imagens mostraram que Cláudio Falcão não chegou a tocar em Galeno quando o extremo caiu com aparato, em jogada que valeu advertência ao defesa do Farense. O árbitro foi iludido pela queda e velocidade da jogada.
63’ – Talocha impediu, com o braço direito, cruzamento para a sua área. Estavam jogadores das duas equipas na zona, razão pelo qual a infração não justificava sanção disciplinar. Decisão correta.
74’ – Pastor, ao ser substituído, foi advertido por não ter saído pela linha mais próxima, como estava obrigado.
78’ – Marco Matias foi advertido após agarrar ostensivamente João Mário. Gesto antidesportivo bem sancionado.
90+2’ – Amarelo exibido a Marcano por protestos.
90+8’ – Gonçalo Borges colocou a mão direita nas costas de Rafael Barbosa (de fora para dentro da área do Porto), não sendo claro na única imagem disponibilizada se o carregou ou agarrou. Ficou a ideia de que não houve infração do jogador azul e branco.
90+10’ – Golo legal do FC Porto, marcado por Marcano.