A BOLA – Backa Topola-SC Braga: a crónica (Liga dos Campeões)


Com tanto talento ao serviço uns dos outros (e da equipa)

Avassaladores os primeiros 20 minutos do SC Braga com quatro golos em cinco remates. Depois, quando a ideia principal foi a gestão e o controlo, também não deixou de haver brilho
 

O modo avassalador com que o SC Braga se lançou à liça em Backa Topola deu, num ápice, a ideia de estar ali a jogar o seu jogo (e o seu espírito) metido dentro duma filosófica frase de Unamuno:
– Quem não sente a ânsia de ser mais, não chegará a ser nada.

Nenhuma dúvida: mesmo partindo para a Sérvia com a carimbo da passagem à eliminatória seguinte no passaporte (depois dos 3-0 na Pedreira), o que os bracarenses mostraram (fulgurantes) foi  essa ânsia de ser mais nos 20 minutos lhe deram mais do que o tudo de que precisava para chegar onde já estavam: quatro golos em cinco remates. Não, esses quatro golos não mostraram apenas o pé quente de quem os marcou (nem a mobilidade e o veneno de um ataque a desbaratar as linhas de defesa do adversário)  – mostraram, no seu enleio (e no seu brilho) um princípio sagrado no modo de se jogar bom futebol que Marcelo Lippi sintetizou assim (na sua argúcia):
– O melhor jogador é aquele que coloca o seu talento ao serviço dos outros…

Foi, foi isso que se viu: o talento de quem o tem em brilho posto ao serviço dos outros e da equipa – em eficácia e fulgor.  Foi o que Victor Gomez e Ricardo Horta fizeram para o 1-0 de Pizzi. O que Álvaro Djaló e Ricardo Horta fizeram para o 2-0 de Bruma. Foi o que Victor Gomez e Ricardo Horta fizeram para o 3-0 de Álvaro Djaló. O que Pizzi (com calcanhar a florir-lhe do pé) e Bruma fizeram para o 4-0 de Al Musrati.

Vendo a sua equipa de cabeça à nora, Zarko Lazetic desfez o (ousado) 4x3x3 com que se atirara a jogo na ânsia (do milagre) que lhe deu nada – puxando do ataque para a defesa a cinco Jovanovic (o seu melhor jogador). Melhorou o seu jogo – e, antes do intervalo, na única vez em que o Backa Topola saiu em contra-ataque, conseguiu o ponto de honra. Por essa altura já estava o SC Braga mais em função de controlo e gestão de esforço – coisa que Artur Jorge aprimorou na segunda parte (a partir das substituições ao intervalo). A ideia é de Cruyff:
– Há uma forma quase sempre eficaz de não sofrermos golos e sofrermos pouco: é controlar a posse de forma a que o adversário não os possa marcar e não nos obrigue a sofrer.

Foi, pois, isso que na segunda parte o SC Braga fez ainda melhor do que fizera na fase final da primeira – tudo controlando, nada sofrendo.  Nesse ponto, o melhor talento ao serviço da equipa passou a ser o talento de Victor Carvalho – jogando sempre bem quer com bola, quer sem bola (e fazendo com que, quando o Backa conseguia ter um bocadinho mais de bola, nunca conseguia descobrir forma de fazer bem o que fossecom ela). E assim se correu para o fim do jogo que mostrou um SC Braga de dimensão europeia mais do mérito próprio do que por demérito alheio.

O árbitro – JAKOB KEHLET (nota 7)
Com os jogadores a tornaram-lhe fácil vida, não se deu por ele em nenhum disparate a marcar-lhe o jogo. 

Melhor em campo A Bola – Pizzi (SC Braga)





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