Filho do “Foguete da Rebordosa” corre a Volta pela primeira vez, após quatro anos no estrangeiro.
Entre os 125 corredores da Volta a Portugal há um apelido insuspeito a sobressair na AP Hotels-Tavira-Farense. Diogo Barbosa é filho de Cândido Barbosa, que como profissional somou 125 vitórias, 25 delas na Volta, corrida que fez dele um ídolo nacional. O jovem está a fazer a estreia na Grandíssima, aos 21 anos e passados dez de ter convencido o pai a deixá-lo ser ciclista.
“Ele nunca quis que eu fosse corredor. É um desporto muito duro e com muito sacrifício, como toda a gente sabe. Com 11 anos disse-lhe: “Pai, quero começar. Tu começaste com esta idade. Está na minha hora”. Desde aí ele deixou e apoiou a cem por cento a minha carreira”, recorda a O JOGO o filho do “Foguete da Rebordosa”.
Para Diogo, estar na Volta, que acompanhava in loco “desde pequeno”, é “um sonho realizado e um orgulho”. Do pai, que lidera a empresa que monta as partidas e chegadas da corrida, a Strong Speed, recebeu um único conselho. “Disse-me para desfrutar, que é uma prova única no nosso país. Naturalmente que o vou fazer”, conta, confirmando que o apelido Barbosa “pesa” e que quer “dignificá-lo da melhor forma”.
Descrevendo-se como “um pouco mais completo” do que Cândido, que era “mais explosivo”, Diogo passou os últimos quatro anos fora, primeiro na espanhola Caja Rural, depois na americana Hagens Berman Axeon. “Desde que passei a sub-23, estive sempre fora de Portugal. Foram anos que nunca irei esquecer. A época passada foi menos boa. Tive vários problemas de saúde, o que me impediu de seguir internacionalmente, mas vim com o objetivo de voltar a sair”, estabelece.
Na Volta, o jovem quer “ajudar a concretizar os objetivos da equipa” e gostava de “estar na luta pela camisola da juventude”. O seu diretor-desportivo, coincidência, é o histórico Vidal Fitas, que dirigiu Cândido Barbosa nos dois últimos anos de carreira.