Guia Volta a Portugal 2023


  

A prova mais amada pelos portugueses começa hoje nas ruas de Viseu, 84ª edição.

A primeira edição foi à 94 anos e o vencedor foi Augusto de Carvalho,
ciclista do Carcavelos, que percorreu 1965 quilómetros divididos em 18
etapas. Na altura haviam três categorias, Forte, Fracos e Militares e alguns
representavam clubes.

“Foi o ciclismo, e não o futebol, que espalhou a mística dos três
grandes clubes por todo o país” Guita Júnior, jornalista desportivo

A Volta regressaria 4 anos mais tarde, com José Maria Nicolau e Alfredo
Trindade a encarnarem a rivalidade entre Benfica e Sporting. Nos anos 40
seria o FC do Porto a dominar a prova e assim nascia a enorme rivalidade que
até aos dias de hoje existe entre os três clubes.

Os ciclistas portugueses dominam a lista de vencedores com 60 vitórias, mas
na última década o domínio tem sido espanhol. Desde 2004, das 13 edições
disputadas, 10 foram conquistadas por ciclistas do país vizinho, com
destaque para as 5 vitórias de David Blanco, que faz dele o recordista de
vitórias.

História

últimos 10 vencedores

2010 David Blanco (ESP) Palmeiras Resort–Prio
2011 Ricardo Mestre (POR)
Tavira–Prio
2012 David Blanco (ESP) Efapel–Glassdrive
2013 Alejandro
Marque (ESP) OFM–Quinta da Lixa
2014 Gustavo Veloso (ESP) OFM–Quinta da
Lixa
2015 Gustavo Veloso (ESP) W52–Quinta da Lixa
2016 Rui Vinhas
(POR) W52–FC Porto
2017 Amaro Antunes (POR) W52-FC Porto
2018 Jóni
Brandão (ESP) Sporting/Tavira

2019 João Rodrigues (POR) W52-FC Porto

2020 /edição especial/  Amaro Antunes (POR) W52-FC Porto

2021 Amaro Antunes (POR)W52-FC Porto

2022 Mauricio Moreira (URU) Glassdrive/Q8/Anicolor


Percurso

Como é tradição o percurso da Volta a Portugal não é propriamente muito
dócil, mas nesta edição existem algumas oportunidades para os velocistas
brilharem.

A prova está dividida em duas partes, a primeira são os cinco primeiros
dias, até Castelo Branco, onde os homens da geral não irão ganhar esta
edição, mas podem perdê-la. A segunda parte da prova é da 5ª à 10ª etapa,
o terreno é agreste, com muita dureza e onde as diferenças serão
feitas.

A prova termina com um contrarrelógio de 18,2 Km com a meta no monte de
Santa Luzia em Viana do Castelo.

Perfis

 09/08 Prólogo-Viseu-Viseu-3.6 Km

Prólogo para definir o primeiro camisola amarela. As diferenças entre os
homens da geral não serão grandes.

O percurso é plano e sem grandes viragens, o maior obstáculo são as
rotundas, ou não estivéssemos na capital nacional das mesmas.


 10/08 Etapa 1-Anadia-Ourém-188.5 Km

Etapa com um final traiçoeiro, com duas subidas categorizadas nos últimos
30 Km, de qualquer forma o mais natural será uma chegada em pelotão
compacto.


 11/08 Etapa 2-Abrantes-Vila Franca de Xira-177.3 Km

Dias para os velocistas, a etapa irá passar pela lezíria ribatejana que
não é propriamente conhecida pelo terreno montanhoso.


 12/08 Etapa 3-Sines-Loulé-191.8 Km

A prova regressa ao Alentejo e ao Algarve, com partida em Sines e chegada a
Loulé, os últimos 40 Km tem alguma ondulação, mas mais uma vez um sprint é o
cenário mais provável.

 13/08 Etapa 4-Estremoz-Castelo Branco-184.5 Km

Esta é uma etapa bem mais propicia a uma fuga, com terreno ondulado
principalmente após a passagem por Portalegre. 

A chegada a Castelo Branco já é um clássico, caso seja decidido entre o
pelotão, é prova´vel que vejamos um misto de tipo de ciclistas a
disputar a vitória, entre puncheurs e sprinters.

 14/08 Etapa 5-Mação-Covilhã-184.3 Km

Uma das etapas decisivas, chegada à Torre pela vertente da Covilhã. O
percurso é ‘unipuerto’, sinceramente podiam ter adicionado mais dureza,
nas últimas edições a etapa foi decidida com um sprint de montanha e este
ano poderá acontecer o mesmo, dependerá também do vento.

 15/08 Etapa 6-Penamacor-Guarda-168.5 Km

Etapa serrote com uma chegada durinha à capital de distrito mais elevada
do país, a Guarda. Os últimos 3 Km são para interessantes e deverão
existir diferenças, os últimos 500 metros são a bater nos 10%.

A vitória será entre a fuga e os homens da geral.


 17/08 Etapa 7-Torre de Moncorvo-Montalegre-162.6 Km

Etapa transmontana, durinha, bem durinha. Os últimos 50 Km são especialmente
seletivos, com a subida de Torneiros a dar o mote e para finalizar a chegada
a Larouco, que está longe de ser um monstro, mas os últimos 6 Km tem rampas
exigentes.

 18/08 Etapa 8-Boticas-Fafe-146.7 Km

Etapa de transição, ideal para a fuga.


 19/08 Etapa 9-Paredes-Mondim de Basto-174.5 Km

A etapa rainha mais uma vez tem o Monte Farinha como final. 175 Km sem
terreno plano, um sobe e desce constante e os últimos 100 Km são um pesadelo
para os ciclistas, Serra do Marão, Velão, Barreiro e claro Senhora da Graça.


 20/08 Etapa 10-Viana do Castelo-Viana do Castelo-18.2 Km

Contrarrelógio que segue a tendência internacional, em vez de ser plano,
tem uma parte final duro. A organização decidiu colocar a Santa Luzia como
final desta Volta.

Os homens da geral são os favoritos para ganhar esta etapa.

Etapas-chave

– 5ª etapa, chegada à Torre, primeiro teste na montanha.

– 7ª etapa, chegada a Larouco, após o dia de descanso.

– 10ª etapa, a sequência Marão, Velão, Barreiro e Senhora da Graça podem
criar o caos.

– Contrarrelógio individual final.

Lista de participantes 

Data powered by FirstCycling.com

Favoritos

Geral Individual:


As equipas portuguesas preparam esta prova ao detalhe e por isso não acreditamos que as equipas estrangeiras consigam ter alguém a disputar o pódio, muito menos o pódio.

Maurício Moreira

Campeão em título, sobe, rola e sprinta muito bem, extremamente completo, como grande falha tem a sua fraca técnica, os adversários se o apertarem nas descidas podem-lhe causar sérios problemas.

De qualquer forma, em teoria tem a melhor equipa para o proteger, resta saber se toda a equipa estará ao seu dispôr ou este ano a liderança será partilhada.

Frederico Figueiredo

O melhor escalador do pelotão português, se se defender bem no contrarrelógio então é o maior candidato a ganhar esta edição. Para isso também terá de ter liberdade da sua equipa e é bem provável que a tenha, no ano passado pareceu ser o mais forte em prova. 

António Carvalho

Mudou de equipa, no passado conseguiu o pódio. Este ano a coisa complicou-se com a lesão que atrasou a preparação.

Em teoria deveria ser o maior adversário da sua ex-equipa, mas com a preparação atrasada a coisa pode não ser assim.

Delio Fernandez

Raramente falha na Volta e por isso certamente estará nos primeiros lugares. Um ciclista completo que sabe muito bem o que quer e o mais importante, sabe preparar-se para esta prova, é o líder de cartaz do Tavira.

Jesus del Pino

Líder do Louletano, um corredor que não dá muito nas vistas, um Zubeldia do pelotão português, mas que está lá quando é necessário. O objetivo é melhorar o 8º posto de 2022.

Henrique Casimiro

Outro ciclista que na Volta se transcende. Salvo alguma anormalidade estará entre os 10 primeiros, o pódio é uma missão quase impossível para ele, mas nunca se sabe. Tem vindo a crescer de forma foi 4º no GP Beiras e 7º no Abimota.

Luís Fernandes

Foi 4º em 2022 e este ano o objetivo é o pódio. Tem feito uma temporada discreta, mas o foco é exclusivo na Volta.

Outros ciclistas a seguir:

Emanuel Duarte

Há uns anos foi uma das revelações da Volta e teve praticamente certo no WT, desde aí o ciclista parece ter estagnado, no ano passado deu sinais que podia estar a decolar novamente mas este ano até ao momento tem estado discreto.

Afonso Eulálio

Outro que se mudou da Glassdrive para o Feirense e ao contrário de Carvalho teve uma preparação ideal e nos últimos tempos tem andado muito bem, 7º na Course de la Paix, 6º no Troféu Joaquim Agostinho e 5º no Circuito Getxo.

Luis Gomes

Ciclista explosivo e que também tem sprint, inclusive já venceu a classificação de pontos numa edição. Tem algumas etapas ideais para vencer, além disso, não será de todo impossível ver perto do top-10 final.

James Whelan

Um ciclista que era do WT que veio para o pelotão português, tem qualidade mas provavelmente vai descobrir que esta prova não é brincadeira. De qualquer forma a sua qualidade pode levá-lo a ganhar uma etapa, mais do que isso é complicado.

Artem Nych

Boa temporada, ciclista bastante versátil.

Rafael Reis

Deu uma pobre imagem nos nacionais, completamente amassado pelos WT. Vamos ver o que vai fazer logo na abertura no prólogo, se não ganhar será uma desilusão.

É um gregário bastante útil.

João Matias

Venceu duas etapas em 2022 e este ano o objetivo é repetir a brincadeira. Conta com um lançador de luxo, Leangel Linarez.

Oscar Cabedo

Um dos nomes mais interessantes das equipas estrangeiras. Um ciclista que sobe decentemente, apesar disso se acabar no top-10 será surpresa.

Luis Angel Mate

Chegou a ser um ciclista bastante bom, está no final da carreira e dificilmente fará grandes resultados. Veremos se poderá discutir alguma etapa.

Antonio Soto

Colega de Luis Angel Mate, que deverá liderar a equipa. Não está a ter um ano brilhante.

Jon Agirre

É o jovem que lideram a Kern-Pharma, uma equipa que costuma revelar bons valores e este ano parece ser a vez de Agirre mostrar-se.

Yesid Pira

Há uns anos maravilhou na Vuelta a Colômbia, mas na Europa está a custar afirmar-se. Conhece a prova, no ano passado esteve presente não foi propriamente brilhante, mas também esteve longe de ser um desastre.

Escalador puro, made in Colômbia.

Lukas Ruegg

All-in no prólogo.

★ Moreira, Figueiredo

★ –

★ Carvalho, Fernandes

★ –

★  Fernandez, Eulálio, Casimiro, Del Pino

Seguir em direto: #eugostodavolta, #voltaportugal,
RTP1

Nota: Não haverão antevisões das etapas, estaremos de
Férias.





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